A saga dos Laudos

É obrigatório que o profissional da saúde que atenda a um paciente forneça a ele ou aos seus responsáveis um relatório (laudo) informando o procedimento realizado e as suas conclusões, citando as hipóteses diagnósticas ou a certificação do diagnóstico bem como as sugestões referentes aos exames eventualmente solicitados e o tratamento proposto.


De alguns poucos anos para cá, a emissão desses laudos tem se tornado uma verdadeira saga, fazendo que boa parte do tempo dos profissionais seja dedicada a sua confecção.


Os familiares dos pacientes têm, cada vez mais, “sugerido” como os relatórios devem ser escritos; os planos de saúde têm proposto formas de relatório que se adequam às suas finalidades; e os advogados (a judicialização da saúde tem se tornado cada vez mais frequente) propõem aos médicos modelos de relatório que se assemelham muito mais a peças jurídicas do que a relatórios médicos habituais.



Na verdade, continuo a emitir relatórios sintéticos que contemplam todas as informações necessárias, deixando para os advogados a tarefa (para as quais são contratados e remunerados) de construir uma peça jurídica convincente que permita a seus clientes sucesso na tentativa de obter o melhor programa de intervenção.


30 out., 2023
Parcela substancial da população apresenta níveis de inteligência inferiores aos considerados normais. A DI se caracteriza pela redução significativa das habilidades cognitivas bem como por prejuízos no comportamento adaptativo, o que leva a dificuldades na interação social, na comunicação, no raciocínio e, por consequência, na aprendizagem de modo geral.  Pode se apresentar em níveis variados de comprometimento, e podem ser reconhecidos os níveis leve, moderado, severo e profundo. Cerca de 85% dos casos são leves, podem passar desapercebidos por muitos anos e ser confundidos com outras condições. O instrumento mais adequado para o diagnóstico de DI é a avaliação neuropsicológica.
30 out., 2023
Não é rara a informação dos pais de que “meu filho é muito difícil” para se referir a várias queixas tais como: “ele é muito inquieto”, “ele não obedece”, “ele não faz o que a gente pede”, “ele cria problemas em vários locais, inclusive na escola, “quando pedimos alguma coisa para ele, a primeira resposta é “não”, “ele não aceita combinados”, “ele só faz o que ele quer” etc. Evidentemente, algumas condições tais como o Transtorno Opositor Desafiador e a Hiperatividade devem ser consideradas e identificadas corretamente para que possam ser tomadas medidas que visem a minimizar as inadequações presentes. No entanto, tenho atendido inúmeras crianças que, apesar de apresentarem queixas como as mencionadas, não preenchem os critérios necessários para definir um diagnóstico definido. Quero chamar a atenção aqui para a existência de “crianças difíceis” que, simplesmente, têm comportamentos que podem realmente incomodar, mas que não tem têm necessariamente “um diagnóstico”. Ainda que não se identifique uma condição específica, intervenções como terapia psicológica e orientação familiar podem reduzir significativamente os comportamentos ditos “difíceis”.
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